Orar mais, falar menos
Maiara Pires
Certa
vez, o bispo Luciano Nascimento disse o seguinte:
“Se você está chateado, fique em silêncio que passa. Não estrague o dia de alguém”.
Não sei em que
circunstância e porque ele se expressou com essas palavras. Mas as julgo
oportunas para falar de um dos órgãos mais perigosos dos nossos sentidos:
a língua.
Já pensou
ter que falar tudo o que vem à mente?
De repente, o seu próximo (amigo, pai,
mãe, irmão, marido, esposa, filho, filha) está tão feliz por uma conquista ou qualquer outra coisa e você vem
com uma notícia não muito boa ou despeja sobre ele (a) tudo aquilo que está no seu
coração.
"Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca" (Mateus 12.34).
Ainda mais quando se trata de outra pessoa que você começa a falar
mal.
Logo a
feição do rosto de quem tá ouvindo começa a murchar. De alegria, passa à
preocupação.
E, de quebra, você ainda contribui para aumentar as rugas dessa
pessoa de tanto franzir a testa junto com você:
“Nossa! Não acredito que ele (ela) fez isso”.
E, do nada, essa pessoa começa a nutrir o mesmo sentimento
que está dentro de você: o ódio, o rancor, o ressentimento, a angústia, a mágoa ou seja lá qual for.
Isso acontece porque é contagioso. Veja:
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (Hebreus 12.14-15).
Quando
você começa a despejar sobre alguém toda a sujeira que está dentro do seu
coração, automaticamente, esse (a) ouvinte começa a ser contaminado (a):
“A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno” (Tiago 3.6).
Tenha
cuidado com o que fala. Sem perceber, você pode estar matando uma pessoa com as
suas palavras. Pois é da natureza da língua inflamar o curso da natureza.
As coisas podem estar caminhando de um jeito e, de repente, muda completamente
de rumo. Tudo porque, esse membro possui um “antídoto” mortífero:
“Porque toda a natureza, tanto de bestas-feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal” (Tiago 3.7.8).
O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, deixou escrito
aos Colossenses:
“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Colossenses 4.6).
Tiago também disse:
“Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tiago 1.19).
Uma forma
bastante eficaz de se manter calado é orando a Deus:
“lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pedro 5.7). “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4.6-7).
Ficar
em silêncio, principalmente quando está chateado (a), é um bem que você faz para si e para os outros:
“O que guarda a sua boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios tem perturbação” (Provérbios 13.3).
E não somente isto, mas, também, por causa disso:
“Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mateus 12.37).
Você já
deve ter ouvido alguma expressão do tipo: “Deus fez o homem com dois ouvidos e
uma boca para falar menos e ouvir mais”.
Pois é nessa base...
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