A chama do Espírito Santo

Quando a esperança da vida eterna acende no coração de alguém, ela é capaz de incendiar outros corações, tamanho o gozo pelas moradas celestiais

Maiara Pires

“O povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande luz; aos que estavam assentados na região e sombra da morte, a luz raiou. Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mateus 4.16-17).

Imagine um ambiente em completa escuridão. Imaginou? Pois é assim que esse mundo é para Deus. Veja:

“Terra escuríssima, como a própria escuridão, terra da sombra da morte e sem ordem alguma, e onde a luz é como a escuridão” (Jó 10.22).

Com o mundo em completa escuridão, em que momento chega a luz? Quando Jesus começa a anunciar o reino dos céus, que é quando os homens começam a conhecer a verdade. 

Pois, se Jesus não vem, não haveria graça e as pessoas não chegariam ao conhecimento da verdade (João 1.17). 

“(...) Porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus” (Oséias 4.1).

Sem luz no mundo, a palavra diz que tropeçávamos na verdade:

“Por isso o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar” (Isaías 59.14).

Ainda sobre escuridão, a palavra revela que os homens aguardavam ansiosamente pela luz: 

“Por isso o juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão. Apalpamos as paredes como cegos, e como os que não têm olhos andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como nas trevas, e nos lugares escuros como mortos. Todos nós bramamos como ursos, e continuamente gememos como pombas; esperamos pelo juízo, e não o há; pela salvação, e está longe de nós” (Isaías 59.9-11).

Até que a luz, finalmente, chega. 

“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8.12).

De acordo com o bispo Luciano Nascimento, quando essa luz acende a esperança da vida eterna, por meio do evangelho, no coração das pessoas, é como um fogo consumidor. 

"Uma chama que vai consumindo todo o pecado capaz de incendiar outros corações, tamanho o gozo e contentamento de morar no reino que está preparado desde a fundação do mundo", diz.

“Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus” (1 Coríntios 2.9-10).

Uma chama que não pode ser apagada, sendo função exclusivamente de cada um, mantê-la acesa por meio da obediência ao evangelho, como bem explicita a parábola das dez virgens (Mateus 25.1-13). 

"Pois esse fogo é quem vai consumir continuamente as nossas falhas e transgressões purificando a nossa vida de todo o pecado", afirma o bispo Luciano.

Se esta chama for apagada, voltaremos a andar em trevas e quem está nas trevas não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos (1 João 2.11). Sem a luz para alumiar o caminho, como chegar às moradas celestiais?

Além de nos transportar do reino das trevas para a sua maravilhosa luz, Jesus nos chamou para sermos a luz do mundo, a fim de que outras pessoas também andem na luz. 

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5.14-16).

Conclui-se, portanto, que todo o bem que fizermos estaremos resplandecendo como astros nesse mundo de trevas. 

Em outras palavras, a obediência ao evangelho nos faz resplandecer no meio de uma geração corrompida e perversa (Filipenses 2.15).