Me batizei. E agora?
Maiara Pires
“Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” (Romanos 6.16).
Um
dilema que se apresenta diante de todos os que nascem de novo pelas águas do
batismo é: fazer a vontade da carne ou do Espírito. É como se fossem duas
pessoas dentro de você: a boa (a nova criatura) e a má (a velha criatura).
A
própria palavra fala dessas “duas pessoas”. Veja:
“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia” (2 Coríntios 4.16-17).
O
home exterior é a velha criatura que foi sepultada nas águas do batismo e que
todos os dias quer ressurgir.
E isso acontece por um motivo muito simples: ela
é inimiga de Deus porque sabe que não herdará o reino dos céus:
“E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção” (1 Coríntios 15.50).
O
homem interior é a nova criatura, o “(...) novo homem, que segundo Deus é
criado em verdadeira justiça e santidade” (Efésios 4.24).
Aquele que, pela fé,
enxergou o reino dos céus e deseja ir para lá, sabendo que o caminho para as
moradas celestiais é a obediência ao evangelho.
Acontece
que essas “duas pessoas” se enfrentam todos os dias, como diz o livro de
Gálatas 5.16-17:
“Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis”.
Aprender a obedecer
O
apóstolo Paulo fez um relato de como esse dilema acontecia dentro dele:
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7.18-24)
Até
que um dia, por não aguentar mais esse conflito interno, ele pediu a Deus que
tirasse o espinho da sua carne (a velha criatura, os desejos pelo pecado, a
vontade dos pensamentos):
“E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim” (2 Coríntios 12.7-8).
Mas,
a Paulo, Deus respondeu:
“A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza (...)” (2 Coríntios 12.9).
A partir do momento que o
apóstolo entendeu o que isto significa, declarou:
“(...) De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte” (2 Coríntios 12.9-10).
Paulo
entendeu a necessidade de padecer por obedecer, como o próprio Jesus padeceu
nos dias da sua carne:
“O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hebreus 5.7-8).
Então,
o apóstolo compreendeu que cada vez que padecia por não fazer a vontade da
carne, ele aprendia, não só a obedecer a Deus, como também adquiria experiência
na tribulação para enfrentar desafios ainda maiores:
“E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus nos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá” (1 Pedro 5.10).
A quem você está servindo?
E
foi padecendo dia após dia, que Paulo aprendeu e nos ensinou sobre as
consequências do pecado e, o que essa prática representa na vida de um cristão.
Não somente ele, como também outros apóstolos como João, que nos mostra em
várias passagens de suas epístolas a importância de se manter puro:
“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1 João 3.2-3).
Uma
vez que cedemos ao pecado, corremos um risco muito grande de sermos dominados
por ele. E a sensação é de não termos força para resisti-lo.
Nos tornamos
escravos, aprisionados pelos desejos e concupiscências carnais. Por esse motivo
que Paulo fez essa pergunta:
“Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” (Romanos 6.16).
Observe
bem, nos tornamos servos (escravos) daquele a quem obedecemos. Então, existe
uma (difícil) escolha que temos que fazer a todo o momento: obedecer ou
desobedecer ao evangelho/obedecer ou desobedecer ao pecado.
Para
ficar mais claro ainda, veja só a quem nos tornamos servos quando obedecemos ao
pecado:
“Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1 João 3.8).
Agora
veja o que acontece quando fazemos o contrário, ou seja, quando obedecemos ao
evangelho:
“Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna” (Romanos 6.22).
Ao
contrário do pecado, ser servo de Deus significa liberdade:
“Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios 3.17).
Resumindo:
depois que fomos batizados, ressuscitamos para viver em novidade de vida
(Romanos 6.4).
Ressuscitamos porque antes de entregarmos a nossa vida pra
Jesus, estávamos mortos em nossas ofensas e pecados (Efésios 2.1).
Ressuscitamos
para andar como filhos espirituais - porque Deus é Espírito (João 4.24), logo,
os filhos dele também tem que ser espíritos.
Ressuscitamos para buscar as
coisas do alto, onde Cristo está assentado e não as que são da terra
(Colossenses 3.1-2).
Do contrário, estaremos ressuscitando a velha criatura que
foi sepultada e, consequentemente, voltaremos a pertencer ao diabo ao
cumprirmos as concupiscências da carne, das quais escapamos ao sermos
resgatados pela fé no evangelho de Cristo.
Então,
para viver em novidade de vida e experimentar qual seja a boa perfeita e
agradável vontade de Deus e, ter a entrada garantida no reino dos céus, precisamos fazer o que se segue:
“Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 1.3-11).
Amém, glorificado e exaltado seja o SENHOR Jesus Cristo!
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