Gerados pela palavra

O homem natural não compreende as coisas do reino. Ele precisa nascer de novo pela palavra

Maiara Pires 

“Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual” (1 Coríntios 15.44).

O Senhor Jesus comissionou os discípulos a pregarem o evangelho a toda a criatura. A nova história do ser humano começa aí, no conhecimento do evangelho que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1.16).

A verdade é que o homem na sua essência é animal e precisa ser instruído, doutrinado para fazer o bem, praticar boas obras. Mas, nem ele se dá conta disso. 

Pois quando a soberba cega o seu entendimento, a maldade toma conta do seu coração:

“Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais” (Eclesiastes 3.18).

Então, Deus, na forma de Filho, veio ao mundo anunciar o reino dos céus e convidar a todos para serem herdeiros da vida eterna. Mas, a bíblia diz:

“que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus” (1 Coríntios 15.50). 

E agora?

Agora é que Jesus entra na história da humanidade, trazendo aos homens a compreensão do evangelho para que se convertam e se tornem participantes da herança nos céus.

“E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 João 5.20).

Mas, o homem, por si só, não compreende as coisas do espírito de Deus (1 Coríntios 2.14). 

Como, então, chegará à dimensão do que foi o sacrifício de Cristo na cruz? A resposta é simples: crendo no evangelho. Porque tudo começa com a fé. 

“Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo; em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Efésios 1.12-13).

Quando você crê, recebe o Espírito Santo para conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus e entender as demais coisas (1 Coríntios 2.12). 

Pois pela nossa carnal compreensão é impossível chegar ao conhecimento da verdade. 

“E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2 Coríntios 3.4-5).

Paulo já dizia isso aos Coríntios: 

“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1 Coríntios 2.14-15).

Perceba, então, que existe uma necessidade de o homem natural, ou seja, a criatura, se tornar espiritual. 

É, que, somente quando nos tornamos espirituais é que podemos nos considerar filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros das riquezas do Pai celestial. 

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1.12-13).

Mas, qual é o momento em que nascemos de Deus? Quando adquirimos o entendimento do que é verdadeiro, isto é, quando conhecemos a Cristo. 

“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3.5-6).

Nascer da água, é caracterizar que somos filhos de Deus (batismo nas águas). Nascer do Espírito é nascer da palavra, do entendimento do evangelho. 

“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre” (1 Pedro 1.23).

Outro motivo pelo qual precisamos nos tornar espirituais é que “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4.24). Se Deus é Espírito, logo, os filhos também terão que ser espirituais.

É necessário advertir que não existe novo nascimento com mentalidade velha, com velhos hábitos em desacordo com a doutrina de Cristo. 

“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência; entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também” (Efésios 2.1-3). 

Deus não tem como agir na vida de uma pessoa que não obedece ao evangelho. E o velho homem não quer ficar sepultado. A qualquer vacilo nosso, ele ressurge. 

É preciso estar em vigilância constante com os hábitos, palavras, sentimentos e pensamentos. 

O que nos faz triunfar sobre a velha criatura é o entendimento de Cristo, a certeza da vida eterna, a alegria de termos nos tornado participantes da herança dos santos na luz. 

“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia” (2 Coríntios 4.16).