O homem espiritual


Nos tornamos à imagem e semelhança de Deus quando passamos a praticar as mesmas obras que Ele. Nos tornamos semelhantes, não na aparência, mas, no comportamento

Maiara Pires

“O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. Qual o terreno, tais são também os terrenos; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial” (1 Coríntios 15.47-49).

Somos chamados para ser árvores de justiça, plantação do Senhor (Isaías 61.3). Ora, mas para uma árvore crescer, precisa primeiro ser germinada com uma semente, correto? 

Então, podemos dizer que tudo começa no novo nascimento, quando nascemos não somente da água, mas também do Espírito, como bem Jesus explicou a Nicodemos (João 3.5).

Nascer da água para caracterizar o batismo e, do Espírito, para representar o entendimento santo da revelação do evangelho. 

“Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre” (1 Pedro 1.23).
 

Ou seja, somos gerados/germinados de uma semente santa, a palavra do próprio Deus.

O apóstolo Paulo, tentando explicar aos Coríntios acerca da ressurreição (1 Coríntios 15.36-43), fez uma analogia dizendo que o que é semeado não é vivificado se primeiro não morrer

E que não se semeia o corpo que há de nascer, mas, sim, o simples grão. E depois de dar vários exemplos de sementes, ele diz: 

“Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual” (1 Coríntios 15.44 ). 

Chegamos ao ponto principal do novo nascimento: sepultamos o velho homem (carnal) com as suas paixões e o novo homem (espiritual)  ressurge para viver em novidade de vida, com novos comportamentos.

Mais à frente, Paulo continua dizendo que, “daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo” (1 Coríntios 5.16).

É aí que chegamos à imagem e semelhança de Deus - o novo homem que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade (Efésios 4.24).

Porque Deus é espírito e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade (João 4.24). 

Então, para que Ele receba a nossa adoração e consigamos ter um relacionamento profundo de Pai e filho com Ele, precisamos ser... espirituais. 

Senão, Ele vai tentar se comunicar com a gente e não vamos ouvir a Sua voz, não vamos entender a sua linguagem por sermos ainda carnais.

Só passamos a ter a imagem e semelhança de Cristo a partir do novo nascimento, quando somos gerados pela palavra e ressuscitados pelo batismo nas águas, que é quando ressuscitamos seres espirituais. 

Não somos semelhantes na aparência, mas, no comportamento, nas obras que passamos a praticar vivendo agora pelo evangelho.

Lembra quando Pedro negou Jesus e ele foi reconhecido pela forma como falava? Disseram sobre ele: “Verdadeiramente, também tu és deles, pois a tua fala te denuncia” (Mateus 26.73). 
Quem anda com Jesus se torna parecido com Ele porque começa a pensar, falar, sentir e agir como o Mestre.

E Deus é invisível (1 Timóteo 1.17). Nunca ninguém jamais viu a Deus. Ele só foi revelado por Jesus (João 1.18), porque se fez carne, veio a esse mundo como Filho (João 1.14). 

E por isso mesmo que Paulo falou que Cristo não foi conhecido segundo a carne. Ele foi conhecido como Espírito, pelo que ele fazia e ensinava. E é desse mesmo modo também que devemos ser conhecidos: como espirituais. 


Ouça "O homem natural - Grupo Logos"


Pro homem natural / fica difícil ver as maravilhas do Reino de Deus! / A não ser que se acenda a luz do espírito / que nasce, pela fé, no Salvador Jesus


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